terça-feira, 31 de março de 2009

ia queixar-me não sei de quê, mas já me lixaram o esquema

tinha um ou dois posts de irritâncias na manga, mas eis que comecei o dia a ouvir o Cânone em Ré do Pachelbel, magnificamente interpretado pela Tuna da Universidade Portucalense (uuui, olha os ecléticos a arrepiarem-se todos!! paciência, meus amigos, eu gosto de Tunas), e o sobrolho franzido dos últimos dias desanuviou-se numa questão de minutos.

lembrei-me dos meus primeiros tempos de Faculdade: da excitação de fazer amigos novos, das manhãs passadas a rir (tanto, tanto, que ficava com dores nos músculos da cara e da barriga), das paixões não correspondidas. dessa altura em que escrevia poemas em vez de e-mails e em que trabalhava na guitarra e na pandeireta em vez de trabalhar no Excel. uma parte de mim que anda tão escondida, e há tanto tempo, que receio que se perca para sempre.

há dias assisti ao casamento do meu amigo A., e a banda interpretou esta peça fantástica na altura das assinaturas. e foi aí que decidi - embora a minha fé na coisa seja cada vez mais residual - que se algum dia me casar ou ajuntar ou aninhar, e se tiver que entrar na igreja ou jardim ou tasco ou seja lá onde for que vou assinar a papelada, hei-de entrar ao som do Cânone em Ré*. porque é isso e apenas isso que espero sentir nesse dia: uma imensa alegria de estar viva.

*de preferência interpretado ao vivo pela Tuna da minha Faculdade. ah pois é.

1 comentário:

A. disse...

isso pode andar escondido, sim, mas não se perde. está lá, isso é que importa.

PS: não sou o A. do casamento, I'm the other, até porque se fosse acho que seria abertura do telejornal para muita gente LOL