terça-feira, 25 de novembro de 2008

do Ser e do destino

"Às vezes, certas coisas estão no nosso caminho, mas como não chegou a nossa hora, elas passam apenas de raspão, sem nos tocar - embora sejam suficientemente claras para que possamos vê-las."

in Ser como o Rio que Flui, Paulo Coelho


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tinha este post em draft há algum tempo. retive-o porque a frase tocou-me; mas como não consegui precisar o motivo, não o publiquei.

no livro do Paulo Coelho, a frase refere-se à morte.

hoje, regressando do trabalho pela VRI, noite cerrada (como agora é noite cerrada às 18h30), uma gigantesca placa negra partiu e soltou-se do camião que seguia à minha frente, acertou no pára-choques do meu carro, foi esmagada e galgada pelas rodas.
parei na berma da auto-estrada, o dano não foi grande. o susto não foi grande, também, foi mais a surpresa do inesperado. mas agora estaquei os olhos na frase, reli-a, relembrei o excerto do livro - e ocorreu-me muita coisa.

a placa podia facilmente ter acertado no vidro, estilhaçando-o. podia ter entrado pelo automóvel dentro na minha direcção. podia ter-me ferido instantaneamente ou ter-me feito perder o controlo do volante.

escassos segundos antes, seguia eu lentamente pela faixa da direita, a pensar na minha vidinha, a reflectir sobre epifanias e sobre se algum dia teria uma.

entendem porque este post faz hoje todo o sentido.

1 comentário:

Anónimo disse...

não conhecia a frase, mas estou bastante familiarizado com este conceito desde que vi o filme Final Destination, e mais ainda com a cena do inicio do 2º capitulo. andar na estrada, é andar todos os dias a desafiar a morte, inconscientemente.