domingo, 18 de abril de 2010

nas margens de um lago


desde pequena que tenho um lado melancólico em mim, um véu que me estranha e afasta dos outros (embora também eles se escondam por detrás de véus e muitas vezes não o saibam).

dizia-me (e diz, ainda) a minha mãe que penso demasiado nas coisas. é paradoxal, pois se por um lado sempre aceitei facilmente as regras, por outro sempre questionei o sentido de as seguir. num jeito de obediência cativa.

colocar questões torna a vida muito complicada, especialmente se estas fluem no sentido da incompreensão relativamente ao que vemos à volta.

seguir a estrada comum é confortável, mas pouco recomendado àqueles que nasceram com o gene da insatisfação. causa náuseas, angústia e, não raras vezes, depressão.

seguir o caminho menos percorrido exige coragem... uma coragem que é virtude de poucos. a quem não a tem, resta-lhe debater-se numa revolta interior jamais passada à prática.

a alguns foi-lhes dado serem despreocupados e felizes.

a mim (e a tantos outros que vou conhecendo) foi-me dado questionar... e, muitas vezes, não compreender.

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