quinta-feira, 17 de setembro de 2009

reconciliei-me com a política (por 30 mnts diários)

vou confessar aqui uma verdade polémica para uma miúda classe média/licenciada como eu: ODEIO política.

quando tinha os meus 15 anos, costumava criticar a minha mãe porque a sua resposta à pergunta "em quem vais votar nas eleições?" era, invariavelmente, "sei lá... voto no partido em que o teu pai votar".

e lá lhe dava eu um nano-mini-micro-sermão sobre feminismo e consciência política blábláblá.

pois bem, ao que parece Deus castigou-me (nessa altura eu acreditava em Deus) com um brutal e incontornável desinteresse pela vida política nacional. que perdura até hoje.

eu juro que já tentei ver os telejornais, seguir as campanhas - em suma, estar atenta. mas... não dá.

é que, já viram?, a política neste país cai 99% das vezes em politiquice. perdem-se horas, dias, meses, a esmiuçar assuntos laterais como a licenciatura do primeiro-ministro ou o disse-que-disse-que-não-disse sussurrado nos corredores da AR. coisa de putos. a sério.

na escola primária era igual: dois grupos, um para cada lado; e cada um definia uma estratégia. um plano. depois havia os espiões, que se infiltravam no lado inimigo para sacarem informações. e os disse-que-disse, claro. e os jogos de poder. tudo representado a uma nano-mini-micro escala, mas que - podem crer - tem a mesma raíz dos jogos de poder dos adultos na política e na guerra.

francamente, não tenho pachorra. de um típico debate entre políticos portugueses tiram-se, na minha opinião, mais lições sobre psicologia e arte da retórica do que sobre economia, estratégia, convicções e planos. já para não falar na forma irritante como as opiniões se invertem quando a malta passa do Governo para a oposição e vice-versa. é inútil.

mas há esperança: a minha reconciliação com a vida política nacional passa afinal pelos gato fedorento. assim, sim: um programinha light, que resumidamente aponta alguns factos marcantes da campanha com a ironia que lhes é adequada (sim, que não dá para levar a coisa a sério!...). e com a entrevista final onde, por entre risadas, se consegue tirar a pinta aos nossos mui ilustres candidatos a PM e ainda levar com propaganda q.b.

é um programa semi-informativo, bem-humorado e com tempo de antena mais do que suficiente.

(que isto dos debates, enfim... vou contar-vos um segredo: o que eles dizem nos debates... não serve para nada.)

(seriously. experimentem lá fazer um resumo das ideias-chave no final. pura perda de tempo).

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