sexta-feira, 23 de maio de 2008

pássaros - vôos - papel

li há pouco um post que me inspirou, num blog que desconhecia e ao qual fui parar por acaso (como quase sempre se vai parar às coisas que valem a pena).

pergunto-me quantas pessoas andarão por aí, meias perdidas, vagueando e sonhando, experimentando locais e grupos vários na busca do tal "encaixe" - e sempre sentindo-se sós, diferentes. é um paradoxo fascinante: cada pessoa inadaptada sente-se sozinha no seu mundo, mas parecem-me ser tantos os casos de inadaptação que poderiamos facilmente unir-nos e formar uma sub-sociedade nova.

ou talvez não haja um denominador comum sólido entre essas pessoas, apenas uma identificação entre si pela não-identificação com os outros.

também eu cresci assim, com a sensação de ter nascido, sem opção, num mundo estranho e hostil, tendo que escolher entre adaptar-me às regras do jogo ou criar as minhas próprias regras e saltar fora.

também eu aspiro a essa serenidade que (dizem) vem com o tempo.

aprende-se muito, quando se está do lado de fora. aprende-se a aceitar a diferença, porque se é diferente. a observar com clareza, porque o recanto obscuro somos nós. a lutar, porque nada nos é garantido.

e aprende-se a rir de si mesmo, o que é meio caminho andado para a felicidade.

3 comentários:

Patrícia disse...

Podia roubar-te as palavras, Estrelinha...









sempre me disseram que eu era diferente, estranha, fora deste mundo (e isso tem tanto de bom como de mau), mas cada vez me sinto mais peixe fora da água nos sítios onde desejava sentir-me mais incluída... :(

morningstar disse...

... e eu cada vez me sinto mais peixe em aquário, com urgência em cortar amarras!

é como disseste, "tem tanto de bom como de mau"... até que ponto é que estaríamos dispostas a abdicar da nossa diferença em troca de uma suposta "normalidade"?

beijinhos
ms

egolândia disse...

:))
e já viste como todos se sentem assim? incrivel não é?