terça-feira, 28 de setembro de 2010

hoje sou apenas silêncio


há dias que não são mais do que um contar de horas entre sair da cama e voltar a ela.

domingo, 26 de setembro de 2010

os primeiros dias a seguir aos 33


estou a sobreviver bem, apesar da crise de meia-idade (terço de idade?) que ameaçou instalar-se.

nada que não se tenha resolvido com uma noite de salsa (a dança, não o vegetal) e uns quantos "mas pareces tão mais nova!!" arrancados a amigos e amigas previamente instruído(a)s nesse sentido.

"e porquê uma crise aos 33??", perguntais vós. porque não aos 30 ou aos 40, que são números tão redondinhos? ou mesmo aos 35, que se não me engano é ainda o limite acima do qual um indivíduo deixa de ser considerado "jovem" (pelo menos no que toca a usufruir de descontos em viagens, inscrições em ginásios, etc etc)?

é que tem muito mais piada ter uma crise aos 33. reparem na sonoridade: "trinta e três". é poético em todas as línguas, até no alemão (dreiunddreissig). e poesia em alemão não é pêra doce, especialmente se nos pusermos a contar sílabas métricas em palavras com vinte letras ou mais.

o número 33 tem, também, um incontornável simbolismo religioso (crucificação de cristo e número de milagres por este, alegadamente, levados a cabo). ora, e o que faz a maioria das pessoas quando entra em crise? começa a rezar. lá está! faz todo o sentido.

melhor ainda: 33 é o título de uma canção dos smashing pumpkins que me apela bastante à alma e ao ouvido... arrisco dizer que terá sido composta quando o billy corgan tinha essa mesma idade - o que nos coloca par a par em termos de reflexões sobre o sentido da vida... uma honra.

após rápida consulta à wikipedia, posso ainda afiançar que 33 é o número atómico do arsénico (quando rezar não resulta... piadinha) e a temperatura à qual a água ferve (e a ferver se fica numa crise destas, é claro. e durante a menopausa. mas isso é para depois).

deixo aqui o link para os interessados no post, fãs de numerologia ou simplesmente companheiros da mesma idade:

quanto à crise dos 33 em si, está neste momento, tal como expliquei, de repouso. quanto mais não seja enquanto durar a crise do "não posso crer que amanhã é segunda-feira outra vez!".

vidas...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

só para fazer o jeito ao dedo

click!

e já está. um post.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

city lights bookstore






a ida a s. francisco rendeu-me uma invejável lista de compras, acima exibida...

não esquecendo também que comecei e terminei o "invisible" do paul auster apenas durante a viagem (é o que dá estar doze horas enfiada num avião...).

recuperei o gosto pela leitura, nos últimos meses. desde que cá estou, já devorei 4 livros, e o termo "devorar" não se aplicava ao meu caso há bastante tempo.

bom sinal.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

mais uma para a idade dos porquês

porque é que as mini-meias pretas parecem todas iguais na gaveta, e quando as calçamos apercebemo-nos de que são completamente diferentes uma da outra e que é impensável sair assim à rua?

sexta-feira, 30 de julho de 2010

por falar em atrair o tipo errado de homem

... acabo de receber uma cantada monumental por parte do empregado de limpeza aqui do escritório.

o rapaz já tinha metido conversa comigo há uns meses... e ia-me sorrindo pelos corredores fora todos os dias... mas nada mais para além disso.

hoje, não sei, deve ter feito uma resolução de semi-ano-novo do tipo "é agora ou nunca" e atirou-se à descarada.

a coisa desenrolou-se mais ou menos assim:

[cenário: coffee corner. eu aproximo-me da máquina de café para tirar o meu habitual cappuccino.]

ele: estás muito bonita.
eu (riso nervoso): ah... ah... obrigada!
ele: tens namorado?
[oi?....]
eu: SIM!
ele: aqui?
eu: aaaah.... não...
ele: ah! em Portugal, então?
[PORRA. devia ter dito que era aqui].
eu: siiim.......
ele: e porque é que ele não está cá?
[ligeiro pânico. será um stalker?]
eu: ah e tal... estou cá só desde fevereiro... quem sabe no futuro...
ele: e aqui, tens alguém?
[OI?????]
eu: ah... ah... NÄO.
ele: podia ser eu!


e foi aí que me lembrei daquela reunião super-urgente para a qual estava já super-atrasada.

conclusão: mais um excelente motivo para cortar na cafeína.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

para além do sofá e da cama


... também já li livros:
  1. no ginásio, entre séries de exercícios de musculação;
  2. numa festa em que não me apetecia falar com ninguém;
  3. numa festa em que não conseguia falar com ninguém (barreira linguística);
  4. enquanto esperava a chegada de um(a) amigo(a) (raridade, mas já aconteceu);
  5. no metro e no autocarro;
  6. na praia;
  7. ... segue lista de sítios mais "usuais"... como cama e sofá.

nota: o cenário 2 ocorreu repetidas vezes durante a minha infância. e não, eu não era uma criança lá muito popular, pois claro.

[mas os pais e professores gostavam bastante de mim. acho que, se pudessem, todos quereriam adoptar-me.]

quarta-feira, 28 de julho de 2010

apetecia-me...

... um fim-de-semana em nenhures.

[porque diz que é verão, e que é tempo de férias. apesar de nesta peculiar latitude-longitude ser outubro, e do meu chefe me ter trocado as voltas.]

mas um fim-de-semana grande, assim daqueles que duram sete dias e meio.

e em grande, também, já agora.

terça-feira, 6 de julho de 2010

um destes dias vou ter que começar a passar a roupa a ferro


e pensava eu, ingénua, que engomar era a parte complicada. especialmente no que toca a engomar camisas; e muito especialmente no que toca a engomar camisas com folhinhos e dobrinhas e rocócós ao melhor estilo arquitectónico respectivo, mas em formato... camisa.

não, não. engomar é fácil; difícil mesmo é acertar com as lavagens.

há tempos, por curiosidade (leia-se: em desespero de causa), fui consultar um site dedicado ao assunto. qualquer coisa do tipo "como lavar a roupa sem a estragar, manchar ou ambas - instruções fáceis para homens divorciados." algo assim.

achei apropriado ao meu caso.

o que li no site deixou-me, vá, como dizer?... horrorizada. rapidamente percebi que o meu modo simplista de lidar com o assunto (separar a roupa escura da roupa clara e atirar a dita para dentro da máquina) teria que ser substituído por um método claramente estruturado de divisão da roupa em:

- branca
- clara
- escura
- preta
- delicada (lavar à mão)
- muito suja ou com nódoas (pré-lavar à mão)
- com a qual tenhamos uma forte ligação afectiva (just in case... lavar à mão).

muito importante: roupa clara não vai com roupa branca. roupa escura não vai com roupa preta. são coisas diferentes (sim, eu cometi este erro antes de ir ler o site. azarito).

como se não bastasse esta especialização em seis (SEIS) categorias, recomenda-se ainda lavar em separado peças de tecidos diferentes.

e como eu sou mesmo assim - ou copo vazio ou copo a transbordar -, lá fiz a experiência e passei de dois montinhos de roupa para uns respeitosos seis (SEIS) monti-nhi-nhos muito pe-que-ni-nos da mesma. questionando-me logo de seguida, é claro, se valeria a pena ligar a máquina para lavar três míseras pecitas de cada vez.

pela minha mente passavam estratégias várias. vestir sempre branco? vestir sempre preto? comprar roupa tão barata e fraca que possa deitá-la fora ao fim de um par de lavagens?

ainda não me decidi.

mas por enquanto optei por um método intermédio de separação da roupa... e lá vou fazendo o melhor que posso com a minha nova baucknecht e o seu fantástico manual de instruções em alemão de 182 páginas.

e volta e meia lá saio de casa com o slip cinzento-que-já-foi-branco e a calça de ganga azul-e-preta-mas-que-já-foi-só-azul.

é a vida.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

é hoje!


saí de casa com tanta pressa que me esqueci do protector solar...

contexto: eu tenho fobia a sol. quer dizer, gosto bastante de vê-lo, assim, do outro lado da janela, ou a beijar-me docemente a pele às sete da tarde. mais do que isso, é atentado contra a minha frágil cútis.

(e sim, é por essas e por outras que estou há 5 meses a viver na alemanha e ainda não sinto vontade de cortar os pulsos).

acabei de verificar e o índice UV está no nível extremo!...

uhu! é hoje que eu ganho cor.

(só espero que não seja cor de lagosta...)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

falha de água no prédio, logo pela manhã



... estive vai-não-vai para lavar os dentes com martini.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

novo vício


a compulsão de fotografar ângulos, expressões e gestos, como se em tais registos se aprisionasse vida; como se eles de alguma forma compensassem o pouco que vejo, o muito que sinto, o ainda muito mais a que anseio.

a busca de imagens ao invés de palavras, porque estas estão presas por todo o corpo: no esófago, na pele, nos cotovelos. só não no coração, que nesse não cabem palavras, apenas ondas de sentimentos.

o céu ardente e castigado de áfrica, que nunca vi. gostava de fotografá-lo.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

luto_dia quatro

quarta-feira, 16 de junho de 2010

luto_dia três


terça-feira, 15 de junho de 2010

luto_dia dois


segunda-feira, 7 de junho de 2010

back from holidays


sábado, 15 de maio de 2010

era só mesmo um desacerto geográfico


ahá!

afinal EXISTE um sítio onde é possível pedir um cappuccino descafeinado com leite de soja sem se ser rotulado de "bicho estranho" e subsequentemente enfiado num frasco de vidro colorido, para transeunte ver.

eu SABIA que havia esperança para mim!!


p.s.- são cinco da tarde. o grupo ao meu lado direito está a beber champanhe. porque lhes apetece.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

a ignorância do que não interessa


só sei descer escadas correndo.
só sei correr debaixo de chuva.

vou abrir um buraco no tecto.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

procrastinação em formato modal

I must clean the house today
I ought to clean the house today
I should clean the house today
I could clean the house today, but I will not.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

[momento] [sequência]

sinto-me um pouco mais gente;
um pouco menos pessoa.
celebrei, depois submergi
o meu eu individual.
abandonei-me ao impulso,
à alegoria do momento,
e agora,
vejo mãos por toda a parte:
mãos que sofrem, mãos que partem,
mãos que se enlaçam no efémero,
mãos que criam, mãos que libertam.
mãos como as minhas, todas essas mãos.
na simbiose com o universo,
tornamo-nos mais todo, mais mundo.
mas apenas mais gente.
menos pessoa.